Itália, China, EUA e Brasil estão unindo seus empreendedores, engenheiros, designers e técnicos em impressão 3D para criar uma rede de suporte no fornecimento de equipamentos médico-hospitalares durante essa crise mundial.
Temos ainda poucos dados sobre a gripe causada pelo novo coronavírus (SARS-COV-2), ela chegou de maneira desenfreada, colocando o mundo todo em alerta. Há 11 dias atrás, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia da nova doença, que até então já tinha atingido 114 países e matado 4.291 pessoas.
A maior preocupação dos organismos internacionais é a alta taxa de transmissão do vírus, que mesmo tendo, até então, baixa taxa de mortalidade, compromete gravemente as vias respiratórias, levando grande parte dos pacientes infectados a necessitarem de internação e uso de ventiladores/respiradores.
Hoje já são mais de 14 mil mortos e 171 países com casos confimados da doença, ou seja, se o número de pessoas infectadas continuar crescendo nessa velocidade, os sistemas de saúde ao redor do mundo não irão comportar a quantidade de pacientes que necessitarão de internação e tratamento intensivo.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, "Pandemia (...) é uma palavra que , se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou". O objetivo da declaração é oficializar a gravidade da matéria, abrindo espaço e oportunidade para os países formularem políticas internas para detectar, tratar e reduzir a transmissão da COVID-19.
As políticas internas extremas, como o isolamento social e o fechamento do comércio, visam garantir o efeito que especialistas chamam de "achatamento da curva", fazendo com que o pico de contaminação da doença não ultrapasse a capacidade do sistema de saúde de cada país, aumentando a taxa de tratamento dos casos mais graves.
A realidade que estamos vendo é de medo ou descaso para o incerto, que gera como consequência o esgotamento de produtos para proteção, higiene e alimentação, e o desrespeito de políticas emergenciais para o controle do vírus.
Com o esgotamento de máscaras cirúrgicas descartáveis, baixa capacidade de produção de válvulas e equipamentos médicos essenciais para o tratamento dos internados com coronavírus, como respiradores, surgiu um movimento solidário mundial na comunidade de manufatura aditiva.
O objetivo é desenvolver e fabricar de forma descentralizada, barata/gratuita e rápida tudo que tiver ao alcance da tecnologia, mitigando a escassez de equipamento e aumentando a esperança na luta contra o SARS-COV-2.
Projetos que valem a pena ser destacados:
1 - No epicentro da doença, a cidade de Wuhan, foram contruídos hospitais de emergência para conter e tratar os casos de infecção. O tempo para levantamento da estrutura do People's Hospital of Xianning City Center chamou atenção da mídia internacional e a impressão 3D não ficou de fora desse processo.
A famosa empresa de arquitetura e construção WinSun imprimiu em 3D, no período de 1 dia, 15 cabines especiais para quarentena, com energia, esgoto e mobiliário próprio. As estruturas foram doados para o hospital e acomodou médicos e pacientes durante o tratamento e a força tarefa.
2 - Um hospital de Brescia, na Itália, se deparou repentinamente com 250 casos graves de coronavírus concomitantes em suas instalações, ultrapassando seu estoque de material e equipamento. Com a notícia de que o fornecedor da válvula que conecta os pacientes aos equipamentos de oxigenação não conseguiria suprir a demanda no curto período de tempo, o hospital buscou solução em uma empresa local de impressão 3D.
O CEO da Isinnova, Cristian Fracassi, por meio da engenharia reversa, modelou o protótipo, testou e iniciou a produção de 100 válvulas por dia para apoiar o combate a doença em sua cidade, salvando centenas de vidas.
3 - Máscaras e viseiras de proteção são fundamentais para manter a segurança dos profissionais de saúde, no entanto elas já estão acabando ao redor do mundo, devido ao pânico generalizado da população.
Tendo isso em vista, foram criados diversos grupos de cooperação entre empreendedores do ramo de impressão 3D para compartilhar horas de máquina, modelos 3D e experiências, unindo forças para atender as demandas de produção de equipamentos médico-hospitalares e acessórios que ajudem no combate ao COVID-19.
Um exemplo de como esse movimento está funcionando é essa máscara disponibilizada pela empresa Italiana de impressão 3D, MyLab3D, com direitos autorais compartilhados e comercialização proíbida, ou seja, você pode baixar o modelo 3D e produzir de forma gratuita para quem precisar. A InovaHouse3D testou o modelo, que pode ser higienizado com alcóol e ter o filtro trocado, reduzindo resíduos e o esgotamento desse equipamento de proteção, além de permitir produção rápida local.
Alguns programas de cooperação para quem estiver interessado:
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